Metodologia implantada nas UPAS para melhoria do atendimento poderá ser expandida para outras unidades
Nos últimos seis meses, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAS) de Campo Grande passaram por um processo de reestruturação e humanização do fluxo e atendimento, a partir da implantação do projeto “Lean nas UPAS”, iniciativa do Ministério da Saúde em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF). As boas práticas implementadas refletem na melhoria de diversos indicadores e, consequentemente na qualidade da assistência prestada à população e a expectativa é de que a metodologia possa ser expandida para as demais unidades de urgência (Centros Regionais de Saúde) e também para as unidades da Atenção Primária.
Solenidade realizada na tarde desta quarta-feira (26), na Esplanada Ferroviária, com a presente dos gerentes, equipe e tutores do LEAN de cada uma das seis UPAS marcou o encerramento da primeira etapa do projeto. Cada equipe pode fazer as considerações em relação ao processo de implantação e as perspectivas futuras.
O secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, destaca que projetos como “Lean nas UPAS” contribui na estruturação dos serviços através da adequação dos fluxos, o que traz resultados importantes na melhoria da qualidade do atendimento prestado à população.
“Parcerias como estas são fundamentais, pois nos auxilia na implementação de novos processos de trabalho e fluxos internos que certamente impactam diretamente na melhoria do serviço”, comenta.
Ele lembra que há três anos todo o sistema de saúde do Município precisou passar por uma reestruturação. “Enfrentávamos uma epidemia de dengue, houve uma evasão de mais de 1 mil profissionais da nossa rede e todos estavam desgastados. Diante deste cenário, tivemos que reorganizar o serviço para conseguir atender a população. E as mudanças de processo, implantação de novos projetos em parceria com o Ministério da Saúde foram fundamentais para que a gente pudesse ter êxito”, destaca.
O professor Dr. Robisom Damasceno Calado, representante da UFF, destaca que as UPAS de Campo Grande participantes do Lean nas UPAS apresentaram resultados positivos e reiterou a necessidade da perpetuação do projeto.
“A condução aqui em Campo Grande foi muito boa e esperamos que nos próximos meses e anos o projeto se perpetue e possa continuar gerando bons frutos”, complementa.
Para o secretário municipal de Governo e Relações Institucionais, Mário César da Fonseca, o envolvimento e engajamento das equipes mostra a preocupação e o comprometimento para com a melhoria do serviço e o atendimento ao cidadão.
“O entusiasmo nos mostra o quanto os servidores da saúde que estão lá na pontam se dedicam e buscam sempre se capacitar e aperfeiçoar para dar uma melhor resposta a população. Certamente temos que reconhecer todo o empenho desses valorosos profissionais”, disse.
Além da reestruturação e humanização do fluxo e atendimentos nas unidades, o projeto visa capacitar os profissionais em metodologias de gestão e acolhimento humanizado dos usuários e seus familiares, bem como o monitoramento remoto de indicadores para reduzir o tempo médio de permanência e melhorar os fluxos e processos.
Além de reduzir desperdícios, a metodologia propõe ampliar a produtividade dos profissionais e otimizar o tempo e a qualidade do atendimento. Para isso, serão feitos ajustes internos, desde mudanças logísticas até alteração das funções desempenhadas por cada profissional no dia a dia
Para o usuário do serviço não há alterações, o que se pretende ao longo dessas mudanças é a redução do tempo de espera e de permanência nos serviços de saúde e satisfação com o atendimento.
Para o serviço espera-se atingir redução de desperdícios de insumos e mão de obra e otimização do tempo de cada categoria profissional e aumento da capacidade e qualidade de atendimento.
Resultados positivos
No Brasil, a ferramenta de gestão já está sendo aplicada em vários serviços de saúde, com resultados positivos após as mudanças. Desde o início do projeto, houve redução média de 38% na superlotação dos serviços destes saúde, de 41% no tempo de permanência no hospital para pacientes internados e de 27% na necessidade de internamento para pacientes atendidos na urgência e emergência.