Evento destaca produção de escolas do campo da Reme e promove troca de experiências
Com o objetivo de valorizar as práticas pedagógicas e fortalecer a identidade das escolas do campo da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande (Reme), a Secretaria Municipal de Educação (Semed) está realizando, nesta sexta-feira (23), o 2º Seminário da Educação do Campo e a 2ª Expocampo da Reme: Compreendendo os saberes e fortalecendo a identidade das escolas do campo.
O evento reuniu, no período da manhã, trabalhos artísticos, projetos científicos, artesanato e a produção agrícola das nove escolas do campo, incluindo as quatro extensões. A abertura contou com apresentações artísticas de canto e dança dos alunos, que também recepcionaram o público nos corredores do Centro de Formação da Semed, explicando sobre os produtos e projetos expostos. Já no período da tarde haverá palestras que abordarão temas como gestão escolar e troca de experiências entre profissionais que atuam nas escolas do campo.
O prefeito Marquinhos Trad participou da abertura da exposição e destacou a dedicação dos professores que atuam nas escolas da Reme. “Vocês estão de parabéns com o trabalho desenvolvido durante o ano. Esse evento é resultado de todo esse empenho”, afirmou.
A secretária municipal de Educação, Elza Fernandes, falou sobre o trabalho diferenciado que é realizado nas unidades do campo. “Nossa preocupação é atender esses alunos respeitando sua realidade e hoje podemos ver uma grande variedade de projetos criativos e que, sem dúvida, contribuíram com o aprendizado deles”, disse.
Para a secretária estadual de Educação, Maria Cecília Amêndola da Motta, que também marcou presença na abertura da exposição, o evento valoriza os profissionais, alunos e a comunidade do campo, além de estimular o intercâmbio de ideias. “Um evento como esse, que une a cultura e a produção do campo, ressalta o trabalho de todos. A prefeitura de Campo Grande e a Semed estão de parabéns, pois estão mostrado um trabalho inovador na Educação”, pontuou.
Já a chefe da Divisão de Educação e Diversidade (DED) da Reme, Magali Luzio, destacou que os projetos, desenvolvidos pelos professores em parceria com a comunidade, tem resultado em boas práticas pedagógicas. “Os estudantes desenvolvem autonomia e levam um conhecimento prático para as famílias, unindo o conhecimento formal com o não formal”, ressaltou.
Troca de experiências
Além de mostrar ao público o trabalho realizado durante o ano, os técnicos e professores das escolas participantes também estão tendo a oportunidade de trocar experiências e firmar parcerias futuras, o que será destacado nas duas palestras que acontecerão a partir das 13 horas no Cefor e que terão como palestrantes os professores Heitor Romero Marques, José Roberto Rodrigues de Oliveira, Luciana Rodrigues de Souza, da escola Barão do Rio Branco e Jéssika Nogueira da Silva, da escola Elpídio Reis.
Para o aluno Douglas Leal Paes, do 3º ano da Escola Agrícola Governador Arnaldo Estevão de Figueiredo, o evento possibilitou conhecer projetos de sucesso de outras unidades. Ele contribui com o desenvolvimento de um projeto de Aquaponia, na escola que foi premiado na Feira de Tecnologia (Fetec), dando aos alunos um curso de empreendimento do Sebrae. “É muito bom esse tipo de evento porque uma escola pode ajudar a outra. Teve uma professora da escola José do Patrocínio que pediu nossa ajuda para montar um sistema igual lá”, explicou.
A diretora da Escola Agrícola, Maria Katia Miranda da Silva acredita que a oportunidade de socializar o conhecimento representa um enriquecimento pedagógico. “Temos características e realidades comuns por isso esse tipo de evento vem contribuir com nosso aprendizado”, ressaltou.
Projetos e produções
Da produção de queijo ao artesanato, as escolas conquistaram o público com seus projetos. A escola Barão do Rio Branco, por exemplo, levou doces, compostas, manteiga artesanal e conservas. O destaque ficou por conta dos projetos de criação de galinhas poedeiras e de codornas, que rendem a unidade, uma produção de 30 a 40 dúzias de ovos por mês.
A professora Rosana Aparecida Raimundo ainda diz que a escola recebe uma doação de 20 litros de leite por semana, que dá origem aos queijos e manteigas. “As crianças têm as aulas teóricas depois vamos para a cozinha experimental produzir as receitas. Assim eles podem ver o que é possível fazer com cada produto”, disse.
Já a escola José do Patrocínio, além dos projetos do campo, também mostrou um trabalho de pesquisa que está levantando a história da criação da unidade e que deve se transformar em livro no próximo ano. “É um trabalho minucioso, que está envolvendo a comunidade toda e vai se transformar em uma exposição”, afirmou a diretora da unidade, Milena Saccuchi Prado.
Outro destaque da escola foi o projeto da horta e o início de um trabalho que ressalta os benefícios e propriedades culinárias da planta comestível conhecida como Ora-pró-nobis. O estande era um dos mais lotados, com o público querendo experimentar o suco e a torta que ganhou um toque da hortaliça. “Ainda estamos no início desse projeto, mas a ideia é expandi-lo para outras unidades da Reme”, pontuou Milena.