Em visita a Capital, representantes da OPAS destacam iniciativas pioneiras e elogiam avanços na saúde

O secretário municipal de Saúde José Mauro Filho, Alexander Rosewell OPAS, Vanessa Aquino CIEVS-CG, Rodrigo Said OPAS, Veruska Lahdo SVS-SESAU e Antonio Brandão WMP.

Representantes da Organização Panamericana de Saúde (OPAS), braço da Organização Mundial de Saúde (OMS), estiveram em Campo Grande realizando visita técnica para acompanhar o trabalho desenvolvido em diversas frentes na área da saúde. Avanços na ampliação da cobertura na Atenção Primária e a implementação de ações estratégicas e pioneiras no mundo no combate ao mosquito Aedes aegypti, além do monitoramento de agravos foram destacados.
O consultor da OPAS Brasil, Rodrigo Said, explica que Campo Grande foi escolhida para receber a visita pelos diversos avanços obtidos nos últimos anos na área da saúde e a execução de estratégias que podem servir de referência para outros estados do Brasil e países do mundo.
“É perceptível a evolução que Campo Grande teve nestes últimos anos com a implementação de políticas públicas voltadas a melhoria da qualidade da assistência prestada à população. Podemos destacar a ampliação da cobertura de saúde da família e o fortalecimento das ações de Vigilância em Saúde, através da criação do Centro de Informações Estratégicas, o CIEVS, e a execução do Método Wolbachia.”, disse.
Said veio acompanhado do novo coordenador de Vigilância, Preparação e Respostas a Emergências e Desastres da OPAS e da OMS no Brasil, Alexander Rosewell, que é suíço e atuava no escritório da OPAS em Washington (EUA).
“Parabenizo a todos pelo trabalho que vem sendo desenvolvido em Campo Grande e certamente, pelo que pude conhecer até aqui, vocês têm muitas lições que foram aprendidas para serem compartilhadas, sobretudo em relação a organização e implementação de ações conjuntas. O município está em um bom caminho e é um prazer estar acompanhando tudo isso”, destacou o coordenador durante visita às instalações da Biofábrica do Método Wolbachia.
Recentemente, foi lançado em Campo Grande uma iniciativa pioneira no mundo de implementação do método Wolbachia, com a participação de cerca de 3 mil alunos de 17 escolas da rede municipal de saúde, o Wolbito em casa.
“É uma estratégia de engajamento e mobilização comunitária que deve contribuir para ampliar os nossos índices de prevalência do mosquito com Wolbachia na cidade, auxiliando na redução de casos de dengue, zika e chikungunya no município”, explica o gestor local do Método Wolbachia, Antonio Brandão.
Durante a passagem pela Capital, os representantes da OPAS visitaram ainda a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Universitário e a Unidade de Saúde da Família (USF) do Bairro Itamaracá, ambas situadas na Região Urbana do Bandeira, onde puderam acompanhar o trabalho dos serviços e o fluxo de atendimento. A USF Itamaracá é uma das dez unidades que fazem parte do Laboratório de Inovação na Atenção Primária (LIAPS) e conta com a residência médica e multidisciplinar em saúde da família.
“Essa interação entre os residentes, os preceptores e demais servidores da unidade é bastante interessante. O ganho assistencial que isso proporciona, além, evidentemente, da formação destes profissionais é incalculável”, comenta Rodrigo Said.

Eles também estiveram reunidos com a equipe do CIEVS Campo Grande, onde foi apresentado o método de trabalho, bem como o escopo de atuação da unidade implementada dezembro de 2020. Até então, o município encontrava-se organizado como Unidade de Resposta Rápida (URR).
A coordenadora do CIEVS-CG, Vanessa Aquino, explica que a discussão focou em pontos chaves tais como estrutura organizacional, processo de detecção e monitoramento de rumores e eventos, fluxo de recepção e repasse de informações de agravos de notificação imediata, plano de ação e produtos do CIEVS.
“Uma ação de extrema relevância para aperfeiçoamento do serviço. Ficamos muito felizes com nossa avaliação, fruto de trabalho em equipe”, comentou a coordenadora.
Neste ano, Vanessa irá participar de um intercâmbio na OPAS, em Washington, por ter o trabalho desenvolvido em Campo Grande selecionado como primeiro colocado em uma mostra nacional.
O secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, acompanhou a visita e se declarou estar lisonjeado pelo reconhecimento recebido dos representantes de uma instituição como a OPAS que relevância internacionalmente.
“Para nós é muito importante ver que o trabalho que vem sendo desenvolvido em Campo Grande é visto com bons olhos lá fora. E isso é sinal de que estamos no caminho certo”, disse.
Nos últimos cinco anos, Campo Grande ampliou a cobertura na Atenção Primária de 33% para 75%, saindo da última para a sexta posição entre as capitais, resultado da convocação de mais de 1,4 mil profissionais aprovados em concurso e criação das maiores residências médica e multiprofissional em Saúde da Família do País.
“Estes profissionais serão o futuro da atenção básica do nosso município. Eles serão peças importantes na melhoria das ações promoção da saúde, como prevenção de agravos, cura e reabilitação dos indivíduos, cuidado em torno das necessidades individuais considerando os contextos de cada paciente, de familiares e da comunidade. Eles são formados para ter um entendimento mais amplo em relação às necessidades básicas dos pacientes”, finaliza.