O ano ainda nem acabou e Campo Grande já registra o maior número de óbitos que tem a meningite como causa base nos últimos cinco anos. A doença, que é prevenível através da vacinação de crianças e adolescentes, já vitimou nove pessoas neste ano, número 50% maior que o registrado em 2022.

As meningites podem ser provocadas tanto por bactérias quanto por vírus, fungos ou pelo bacilo da tuberculose. Até o mês de setembro, foram registrados 41 casos da doença no município, sendo que, deste total, 30 pacientes evoluíram positivamente e tiveram alta médica, não correndo mais riscos de agravamento ou transmissão do agente causador da doença.

Esta quinta-feira, 05 de outubro, é marcada pela luta contra a infecção que atinge as membranas que envolvem o cérebro. “Nesse dia mundial de combate à doença, devemos, principalmente nos atentar às carteirinhas de vacinação das crianças, porque essa é a arma mais poderosa que temos conta uma infecção que pode provocar sequelas gravíssimas e até mesmo a morte”, alerta a superintendente de vigilância em saúde, Veruska Lahdo.

Em geral, as meningites provocadas por bactérias têm sintomas mais graves, e são tratadas com antibióticos prescritos de acordo com o quadro do paciente. “É importante lembrar sempre que os sintomas comuns como febre, náuseas e vômitos também podem alertar a um quadro infeccioso, e não se deve descartar a possibilidade de meningite, principalmente em crianças pequenas e nos idosos”, explica o secretário municipal de saúde, Sandro Benites.

Conforme a série histórica de casos registrados pela Secretaria Municipal de Saúde, pessoas entre 20 e 59 anos são as mais acometidas pela infecção, tendo sido registrados 15 casos neste ano. Durante todo o período de 2022, este mesmo público correspondeu a 26 casos registrados.

Sintomas

Meningites provocadas por bactérias, em sua maioria, têm como principais sintomas a febre, dores de cabeça, náuseas e vômitos, rigidez na região na nuca, fraqueza e debilidade física, além de confusão mental. Nos casos mais graves, o paciente também pode provocar delírios, convulsões e até o coma.

Na maior parte das vezes, a meningite viral acomete crianças, e tem sintomas muito similares aos daquela de fundo bacteriano, como febre, mal-estar geral e náusea, podendo haver também dores abdominais. Nos casos mais graves, a rigidez na nuca vem acompanhada de episódios de vômito.

Prevenção

As vacinas começam a ser aplicadas já ao nascer, com a BCG, que previne contra a tuberculose, evitando, assim, o agravamento do quadro clínico que pode resultar em uma inflamação na membrana que envolve o cérebro. Aos dois meses outras duas doses são ministradas, a pentavalente e a pneumo 10.

Com três meses de idade, deve ser aplicada a primeira dose da vacina Meningo C e, assim como a maioria, possui reforços. Na adolescência, uma nova dose é ministrada, dessa vez a vacina ACWY, que é recomendada para quem está na faixa etária de 11 a 12 anos.

De todas as vacinas que protegem contra meningites que são disponibilizadas pelo SUS, apenas a BCG atingiu a meta de 90% de cobertura estipulada pelo Ministério da Saúde no ano passado, as demais, que têm meta de 95%, não tiveram resultado satisfatório, sendo que a pentavalente teve a menor cobertura, de 79,5%.