A Prefeitura de Campo Grande iniciou nesta segunda-feira (02) a primeira etapa da campanha “Operação Mosquito Zero – É Matar e Morrer”, que prevê a realização de mutirões e ações pontuais de prevenção e combate à dengue nas sete regiões urbanas e distritos do Município. A mobilização que reúne cerca de 350 servidores integra uma série de atividades previstas no Programa “Todos em Ação – A Prefeitura mais perto de você ” lançado durante a manhã na Escola Municipal Antônio José Paniago, no Jardim Itamaracá.

A prefeita Adriane Lopes destacou a importância do engajamento e sensibilização da população no enfrentamento do Aedes aegypti. “Nós estamos empenhados nesta grande mobilização  com objetivo de evitar um aumento de casos da doença [dengue] em nosso Município e conclamamos a toda sociedade que se una conosco nessa luta que é de todos nós”, enfatizou.

Conforme o cronograma estabelecido pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), a primeira etapa está prevista para ser realizada do dia 02 a 14 de maio.  Neste período, as equipes da Coordenaria de Controle de Endemias Vetoriais CCEV) com apoio de servidores do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) estarão mobilizadas nas sete regiões urbanas do Municípios.

Os agentes vão percorrer os bairros: Guanandi, Jardim dos Estados, Tijuca, Panamá, Novos Estados, Nova Lima,além da Itamaracá e Rita Vieira, onde ocorreu o lançamento da campanha.

“O trabalho acontece de maneira silmutânea em todas regiões, sendo priorizados os bairros com maior índice de infestação para o Aedes aegypti ou incidência da dengue”, explica o coordenador da CCEV, Vagner Ricardo.  Os locais a serem contemplados nas próximas etapas devem ser anunciados ao longo da semana.

Conforme o coordenador, os agentes devem atuar nas áreas consideradas mais críticas com trabalho de manejo, vistoria de imóveis, terrenos baldios e recolhimento de materiais inservíveis potenciais criadouros do mosquito, e conscientizar a sociedade sobre a importância de cada um fazer a sua parte, considerando que 80% dos focos do Aedes aegypti ainda são encontrados dentro das residências, segundo Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LiRaa).

Ponto de descarte

No bairro Itamaracá foi disponibilizado um local para que os moradores da região façam o descarte de materiais inservíveis potenciais criadouros do mosquito Aedes aegypti. A área está localizada aos fundos da Escola Municipal José Paniago, entre as ruas Amábile Tanache e Padre Mussa Tuma.

Ponto de descarte de materiais inseríveis no Bairro Itamaracá: (Foto: Glenda Gabi)

Dengue em Campo Grande

O secretário de Saúde, José Mauro Filho, lembrou que Campo Grande enfrentou duas epidemias de dengue nos últimos anos. Foto: Karine Matos)

Os casos notificados de dengue têm se mantido estáveis em comparação ao mesmo período do ano passado, no entanto os cuidados para evitar a proliferação do mosquito e, consequentemente um aumento no número de casos, devem ser permanentes.

Conforme dados epidemiológicos da Sesau, de 01 janeiro a 29 de abril deste ano foram contabilizados 3.296 casos notificados de dengue e três óbitos provocados pela doença em Campo Grande. No mesmo período foram registrados 4 casos de zika e 14 de chikungunya.

O secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, lembra que o Município enfrentou duas epidemias  recentes de dengue, em 2018 e 2019. No último ano, somente nos quatro primeiros meses, foram mais de 40 mil casos registrados da doença.

“Apesar de hoje o necessário ser bem mais confortável, nós precisamos intensificar a prevenção para evitar que a gente tenha um surto ou até mesmo uma nova epidemia. A dengue é uma doença que em larga escala estressa o sistema de saúde, por isso é necessário agir o quanto antes. É importante ainda que toda a população esteja envolvida neste trabalho”, comenta.

Os índices atuais são os menores regitrados nos últimos cinco anos. Uma redução consolidada no ano passado, após o Município enfrentar duas epidemias seguidas da doença, como explicou o gestor.

Em 2019, Campo Grande registrou 44.871 casos e oito óbitos provocados pela dengue. À época, a Prefeitura realizou uma força-tarefa batizada “Operação Mosquito Zero”, envolvendo a sociedade civil organizada e todas as secretariais municipais. Foram realizadas ações de manejo nas sete regiões urbanas e distritos do Município para conter o avanço da doença.

No ano seguinte, 2020, os casos caíram pela metade, resultado do trabalho executado. Em todo o ano, foram 20.198 notificações e 7 óbitos. Mesmo durante a pandemia de Covid-19, os trabalhos de combate ao mosquito Aedes aegypti continuaram sendo realizados, o que levou o Município a registrar uma redução histórica de mais de 90% nos casos em 2021.

Em todo o ano passado, a Capital registrou 5.288 casos notificados de dengue e 4 óbitos provocados pela doença.

Metódo Wolbachia

Além do trabalho de manejo e controle efetivo da doença, Campo Grande é uma das cinco cidades do País escolhidas para receber o projeto Wolbachia.

No mês passado mais nove bairros foram contemplados na chamada Fase 4 de implementação do método Wolbachia em Campo Grande. O método é complementar no combate a dengue, Zika e chikungunya.

Desde o dia 15 de março, as liberações dos mosquitos estão acontecendo nos bairros Coronel Antonino, José Abrão, Mata do Jacinto, Mata do Segredo, Monte Castelo, Nasser, Novos Estados, Nova Lima e Seminário.

Ao mesmo tempo em que ocorrem as liberações da Fase 4, teve início o engajamento da Fase 5, que vai chegar em 21 bairros: Amambaí, Autonomista, Bandeirantes, Bela Vista, Cabreúva, Caiçara, Carvalho, Centro, Cruzeiro, Glória, Itanhangá, Jardim dos Estados, Margarida, Monte Líbano, Planalto, Santa Fé, São Bento, São Francisco, Sobrinho, Taveirópolis e União.