Desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira (18), a Prefeitura de Campo Grande colocou 300 homens nas ruas, divididos em 10 equipes, que terão pela frente o desafio de, nos próximos dias, remover, retirar raízes e dar destinação final aos resíduos, de pelo menos 624 árvores que tombaram com o temporal da última sexta-feira, quando o vento atingiu 100 km/h. Este é o número de solicitações encaminhadas na sexta e no sábado, pela Central 156, com o registro de queda de árvores.

Segundo o biólogo Ricardo Brandão, que coordena as equipes, neste primeiro momento a prioridade é a remoção de árvores de grande porte que estiverem obstruindo a passagem em ruas, logradouros e praças, além daquelas que oferecem risco de acidente à comunidade. “O serviço tem de ser cercado de todos os cuidados e dependendo do porte da árvore, pode durar um dia”.

Por volta das 9 horas desta segunda-feira, as equipes da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) enfrentaram dois destes desafios, um na Rua dos Gonçalves, Jardim Monte Alegre, onde um exemplar da espécie conhecida como mandiocão do cerrado, um exemplar de 6 metros de altura, teve o tronco e os galhos espalhados pela pista, obrigando o ônibus da linha Aero Rancho/Guaicurus que passa por ali, desviar o trajeto. O trabalho mobilizou 10 trabalhadores, uma retroescavadeira e 3 caminhões para transporte dos resíduos. O material será descartado no aterro sanitário.

Outra equipe, por volta das 8 horas, encarou a tarefa de remover troncos e galhos de uma árvore de 20 metros de altura, da espécie timburi, na Bandeirantes, que caiu sobre 4 carros e danificou parte da rede elétrica. A remoção da árvore mobilizou 10 trabalhadores, uma retroescavadeira, além de 5 caminhões que foram utilizados para transportar o tronco e os galhos até o aterro sanitário.

O trabalho atraiu moradores e quem trabalha na região. Um dos mais atentos era o taxista Silvio Silva, que há 35 anos trabalha num ponto em frente de onde a árvore foi plantada há 32 anos. Ele se recorda até de quem plantou o timburi. “Foi um gaúcho, dono de uma serraria onde hoje há uma galeria de lojas”, assegura.

Na Rua Pinto D’água, no Recanto dos Pássaros, um exemplar de ébano oriental veio abaixo, esmagando o carro do aposentado Jona Xavier, que mora em frente da praça. “Meu filho tirou o carro da garagem, estacionou e, quando fechou a porta e atravessou a rua, a árvore veio abaixo. Felizmente saiu sem nenhum arranhão”, lembra Xavier, aliviado. Com a remoção da árvores, os moradores estão na expectativa de que ainda hoje o fornecimento de energia elétrica seja restabelecido.

Na Cophatrabalho, a equipe teve de esperar a Energisa chegar e desligar a rede para só então iniciar a remoção de um ingazeiro de grande porte.