A Prefeitura de Campo Grande inaugurou nesta quinta-feira (14), na Praça do Rádio, o Monumento Rila. A construção destaca a importância das Rotas de Integração Latino Americanas, em especial, a Rota Bioceânica, que interligará o Brasil ao Chile. O Monumento tem as bandeiras do Brasil, Paraguai, Bolívia, Argentina e Chile homenageando os países em uma estrutura montada, que representa o marco zero do trajeto (a partir de Campo Grande) até o Pacífico.

Em um traçado de 2.396 quilômetros, a rota ligará o Brasil até o Oceano Pacífico, passando por Paraguai e Argentina, até chegar aos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile. A estrada, segundo estudos da Empresa de planejamento e logística (EPL) pode encurtar em mais de 9,7 mil quilômetros de rota marítima a distância nas exportações brasileiras para a Ásia. Em uma viagem para a China, por exemplo, pode reduzir em 23% o tempo, cerca de 12 dias.

“Campo Grande desponta como protagonista no contexto da integração regional apostando em diversas ações que desburocratizam as relações aduaneiras, aumentando a participação do comércio regional nas exportações e importações; ampliando e diversificando a oferta de bens e serviços, além da cooperação em iniciativas de ciência, tecnologia e inovação; fomentando novos traçados para a indústria, comércio, serviços e agronegócio; e promovendo o turismo regional e o intercâmbio cultural e acadêmico”, explicou a prefeita Adriane Lopes.

Sua efetivação trará inúmeras vantagens para a Capital das Oportunidades, que já possui uma localização estratégica ao empresariado, com comércio dinâmico e diversificada rede de serviços. Além da ampla infraestrutura urbana e social, Campo Grande é o centro financeiro e dos negócios de um Estado que faz divisa com dois dos países homenageados: Bolívia e Paraguai.

“O Monumento tem uma questão muito emblemática de colocar Campo Grande no início, no centro desse processo de integração latino-americana. Mostra também a importância que a capital está dando para o Corredor Bioceânico e para todas as rotas que levam a uma maior integração com todos os países da América do Sul. Então, quando a gente fala Rila, a gente não está falando só do Corredor Bioceânico, a gente está falando de outras rotas de integração que já estão em funcionamento e que colocam Campo Grande ou permitem que Campo Grande exporte, importe, leve turistas e mantenha maiores relações comerciais com esses países que representam o mercado consumidor de mais de 20 milhões de habitantes”, explica a subsecretária de Gestão e Projetos Estratégicos (Sugepe), Catiana Sabadin.

O secretário municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio, Adelaido Vila, frisa ainda que a iniciativa transformará a capital de Mato Grosso do Sul em um importante hub regional. “Muito importante a gente homenagear os países que fazem parte dos traçados da Rilas e mostrar o que isso representa. Hoje trouxemos aqui 10 estatuetas do monumento para entregar às pessoas que estão atuando ativamente com o Poder Público para efetivar esta iniciativa trazendo mais competitividade para os produtos sul-mato-grossenses e brasileiros. Esta integração tem o objetivo de derrubar os muros que separam os nossos países, permitindo uma abertura econômica, social, cultural e visa o fortalecimento da América Latina como um grande celeiro abastecedor de alimentos para o mundo, com Campo Grande se tornando o portal desta entrada ao Brasil”, conclui.

O diretor-presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul (Setlog/MS), Claudio Cavol, destacou os potenciais oferecidos pela rota. “Queremos parabenizar a administração municipal pela sensibilidade de enxergar a grandeza da rota de integração latino-americana, não só para Campo Grande, mas para todo o Mato Grosso do Sul e parte do Brasil. Poderemos escoar nossa produção através de estradas modernas e seguras, o que nos dá a certeza de que estamos prontos para desenvolver um comércio bilateral forte e eficiente com os países vizinhos, gerando desenvolvimento para todos”.

“O Paraguai se orgulha de integrar essa rota que trará desenvolvimento para uma região do nosso país que em outros tempos era quase esquecida, de difícil acesso, mas graças a essa parceria, aquela região se tornará um eixo de desenvolvimento e combate à pobreza, por meio de cooperação mútua e geração de bons negócios. Esta rota será o princípio de um milagre esperado por tantos e este monumento aqui, nos lembra que este é o quilômetro zero da Rota Bioceânica, onde tudo começa”, salientou o cônsul-geral do Paraguai, Ricardo Caballero Aquino.

A previsão é que até 2025 o Corredor Bioceânico esteja operando em sua totalidade, mas desde já a capital está gerando oportunidades, tanto para a população quanto para a economia e o desenvolvimento da cidade através de inúmeras possibilidades de negócio e da exploração do turismo.

Chile na Capital das Oportunidades

A Região de Tarapacá, onde está localizado o Porto de Iquique, no Chile, um dos destinos finais da Rota Bioceânica, está com um escritório aberto na Capital sul-mato-grossense, inaugurado em julho deste ano.

Representando o governo chileno, o gerente de negócios do escritório de Tarapacá, em Campo Grande, Fábio Cordeiro, exaltou a importância da rota na geração de oportunidades de negócio e crescimento para os países. “É um momento histórico para todos nós. Ficamos honrados por sermos os primeiros a nos instalarmos aqui, reconhecendo que Campo Grande é a Capital dessa rota. Estamos certos de que muitos frutos serão gerados a partir dessa integração e tanto Chile, quanto Brasil colherão progresso, levando aos nossos povos melhores condições de vida, através do emprego e do desenvolvimento”.