Concurso de beleza afro da Escola Agrícola da Reme valoriza a diversidade étnica
Incentivar a autoestima e promover a desconstrução de pré-conceitos foi o objetivo do “1º Concurso da Beleza Afrodescendente”, realizado na tarde desta sexta-feira (30), na Escola Agrícola “Governador Arnaldo Estevão de Figueiredo” e que reuniu 60 alunos desde os primeiros anos do Ensino Fundamental até o ensino técnico.
O evento foi a culminância do projeto desenvolvido pela equipe pedagógica da unidade durante o mês da Consciência Negra, que trabalhou com os alunos desde a biografia de personalidades e ícones que atuaram em defesa dos direitos humanos até a culinária típica afro-brasileira.
A secretária municipal de Educação, Elza Fernandes e a secretária-adjunta, Soraia Campos, prestigiaram o concurso. Também marcaram presença o superintendente de Políticas da Educação da Rede Municipal de Ensino (Reme), Waldir Leonel, a superintendente de Gestão e Normas, Alélis Izabel de Oliveira Gomes, a chefe da Divisão de Educação e Diversidade, Magali Luzio e técnicos da Reme.
“Fiquei muito feliz em ver o resultado desse projeto e a dedicação com que ele foi realizado por vocês. Esse trabalho destacou a importância da união e o respeito que devemos ter com todos”, destacou a secretária.
O resultado dos trabalhos pode ser conferido em painéis com cartazes espalhados em toda a escola. Dramatizações e números musicais criados a partir de paródias de músicas populares, mas com mensagens contra o preconceito, também fizeram parte da abertura do concurso.
Na passarela, os alunos mostraram todo o empenho que tiveram para traduzir o que aprenderam durante o mês. Meninas e meninos investiram na produção e capricharam no figurino, penteados e até pintura corporal, tudo com referência à cultura afro. Para valorizar a entrada na passarela, cada aluno criou uma forma diferente de desfilar, com direito até uma apresentação em dupla.
Ao final, todos apresentaram uma coreografia com a música “Pérola Negra”, que exalta a cultura afro. “Essa música tem um sentido especial e quisemos reunir todos vocês dançando juntos para mostrar a importância da união, afinal todos temos nosso valor e nossa beleza própria”, enfatizou a diretora da escola, Maria Kátia Miranda da Silva.
Todas as descendências
O desfile teve um caráter educativo e valorizou todas as descendências. Para a aluna Eduarda Pereira Miranda, 12 anos, esta foi a característica que mais despertou sua atenção. “Gostei muito do desfile porque todos puderam participar, não só os afrodescendentes. O projeto foi bom porque aprendemos muito sobre o racismo e a combater o preconceito”, afirmou.
Apesar de estar acostumada com as passarelas, a aluna Iasmin Françalino, 12 anos, disse que a iniciativa da escola em realizar um concurso unindo meninas e meninos é importante para promover a igualdade. “Nós crescermos aprendendo a ter respeito. Não importa o jeito de cada um, todos somos iguais”, pontuou
As famílias também compareceram ao evento, levando até torcida organizada. Foi o caso da aluna Ana Carolina, 8 anos, que contou com o apoio da avó Eneides Benitez Vaz, da tia e da bisavó. “Foi um evento maravilhoso. Incentivei a Carolina porque ela é muito tímida, mas foi bom para as crianças saberem que é necessário respeitar as diferenças”, disse.